sábado, 14 de junho de 2008

Irlanda diz não ao Tratado de Lisboa

(via Lusa)

O referendo irlandês à ratificação do Tratado de Lisboa ficou aquém dos 45 por cento de votantes, com maior participação nas cidades do que nas zonas rurais, noticiou hoje a cadeia de televisão irlandesa RTE.

Analistas citados pela agência AP afirmam que a baixa afluência às urnas, que fecharam às 22:00 após 15 horas de votação, favorece o campo do “não”, cujos eleitores são considerados mais motivados do que os do “sim” ao Tratado que determina o futuro do desenvolvimento da União Europeia e suas instituições.

Não foram feitas quaisquer sondagens à boca de urna e a última consulta aos eleitores, publicada domingo no jornal irlandês Sunday Business Post, indicava que 42 por cento tencionava votar ’sim’ e 39 por cento ‘não’, uma diferença de apenas três por cento entre os dois campos, com uma percentagem significativa de indecisos.

Uma anterior sondagem, publicada sexta-feira pelo Irish Times, dava a vitória ao ‘não’, com 35 por cento das intenções de voto, contra apenas 30 por cento para o ’sim’.

Os resultados serão divulgados apenas na sexta-feira à tarde.

Segundo a edição on-line do jornal Irish Times, a participação do eleitorado foi maior nas zonas urbanas, nomeadamente na capital, do que nas zonas rurais.

Ao Tratado Reformador da União Europeia, que visa melhorar o funcionamento da UE e reforçar o seu peso político no mundo, foi acordado em Lisboa a 19 de Outubro de 2007 e assinado, também na capital portuguesa, a 13 de Dezembro seguinte.

A consulta popular irlandesa é vista como o maior obstáculo à ratificação do Tratado de Lisboa até ao fim do ano, não só pelo peso do campo do ‘não’, como também pela experiência de 2001, quando os irlandeses rejeitaram em referendo o Tratado de Nice, para o aprovarem, também em referendo, no ano seguinte.

Para poder entrar em vigor, previsivelmente em Janeiro de 2009, o Tratado de Lisboa deverá ser ratificado por todos os 27 Estados-membros. A generalidade dos países optou pela ratificação parlamentar, à excepção da Irlanda que é constitucionalmente obrigada a submetê-lo a referendo.

Esta noite, o primeiro-ministro francês, François Fillon, se os irlandeses votarem não “deixa de haver tratado” de Lisboa e “será preciso voltar ao diálogo”.

Fonte diplomática britânica disse por seu turno à agência AFP que o Reino Unido manterá em andamento a ratificação parlamentar do Tratado, mesmo que este seja rejeitado na Irlanda.

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