Professora agredida no autocarro
Celeste Sales vinha a uma junta médica e acabou nas urgências do hospital, agredida por um passageiro de nacionalidade chinesa. Para além dos óculos estragados, ainda levou três pontos no sobrolho
Uma professora foi agredida anteontem no autocarro da Rodoviária Nacional, que fazia a ligação entre Viseu e Coimbra, por um passageiro de origem chinesa. Celeste Sales não encontra explicações para o sucedido, razão pela qual vai avançar com uma queixa em tribunal.
«Em Santa Comba Dão, entrou um casal de chineses, acompanhado por um bebé, muito mal-educados, que se dirigiram a mim para sair do lugar que era deles», conta, ainda mal refeita do susto, antes de explicar que acedeu ao pedido e lembrar que «as pessoas vêm sempre nos lugares trocados».
A intenção da viagem passava por marcar presença numa junta médica da Direcção Regional de Educação do Centro. Uma situação que acabou por estar na origem do problema, uma vez que ao mudar de lugar deixou cair uma pasta com vários documentos.
«Os papéis espalharam-se e alguém viu que vinha a uma junta médica. Começaram logo a dizer que era professora, que tinha feito mal a algum aluno e virou-se toda a gente contra mim a favor dos chineses», referiu para, de seguida, passar a descrever a agressão do homem de 28 anos.
«De repente, olhei para trás a dizer à senhora para ter respeito e o rapaz deu-me um murro». O motorista do autocarro parou a camioneta perto de Penacova e chamou a GNR, que tomou conta da ocorrência e identificou o agressor, tendo Celeste Sales sido transportada de ambulância às urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Segundo a professora, que exerce a profissão há 11 anos, o casal de chineses «vive da Segurança Social e não tem morada própria, apesar de se saber que residem em Lisboa». Natural de Guimarães, a vítima, de 42 anos, está a dar aulas em Viseu e lamenta que os restantes passageiros tenham dito que «vinham a dormir».
«Fiquei cheia de sangue, com os óculos partidos e levei três pontos no sobrolho», contou, entristecida, lamentando que «as pessoas tenham dito que se vinha a uma junta médica era porque tinha batido nalgum aluno e era merecido que me fizessem o mesmo».
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