quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A escravatura branca no Norte de África

Estima-se que entre os anos 1500 e 1800 o tráfico de escravos europeus tenha feito mais de um milhão de vítimas: Italianos (a Sicília está à distância de Tunes apenas em 200 Km), Espanhóis, Franceses, mas também Portugueses, foram a maioria; é necessário notar que as razias marítimas e terrestres tiveram igualmente lugar - designadamente - na Inglaterra, na Irlanda e mesmo até na Islândia (!). Os escravos eram capturados aquando do apresamento de navios e de embarcações ou através das razias terrestres, que implicavam consequentemente a debandada das populações costeiras para aldeias fortificadas no interior.

Uma vez capturados, os prisioneiros, os quais, por norma, 90% eram homens, eram colocados a trabalhar nas galés ou em construções em Argel, em Tunes ou em Trípoli, pólos centrais do mercado esclavagista, onde aos cativos eram designados os seus pesados e sebentos trabalhos.

Númerosos escravos não conseguiam adaptar-se às condições muito duras das galés, onde remavam semi-nus em mares tumultosos, expostos ao sol e à falta de água. Outros conheceram um destino pouco mais invejável nas pedreiras donde deviam extrair a pedra entre duas chicotadas, para, posteriormente, as transportarem para as cidades.

Os maus tratos, as doenças, a sobrecarga de trabalho, a falta de alimento e o desespero eram recorrentes.

Condições muito duras sem dúvida. Acrescente-se a isso a proibição de contactar com mulheres, mesmo escravas. Estes Cristãos que se podiam “trocar por uma cebola” a dada altura em Argel, tinham por única esperança a de estarem inseridos na próxima vaga de escravos vendidos. Com efeito, a Igreja organizava regularmente campanhas na Europa para tentar resgatá-los.

Finalmente a escravidão dos europeus terminou em 1830 com o desembarque das tropas francesas em Argel.

*Para desenvolver esta temática pouco divulgada pela nossa historiografia adquira o caderno «Escravatura… ou o outro lado de uma história mal contada» por J. Martins, presente na loja da Associação Causa Identitária.



IN: http://PT.novopress.info

Sem comentários: