segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Regime decapita jornalistas desobedientes


Já se conhecia a situação de José Rodrigues dos Santos. Agora as baterias apontam para Gabriel Alves.


O Expresso sabe que o jornalista José Rodrigues dos Santos foi suspenso de funções e que será alvo de um processo disciplinar que visa o despedimento.

Em causa estão as declarações do pivot numa entrevista ao 'Público' e um artigo publicado no 'Diário de Notícias' sobre o tempo em que foi director de informação da RTP e as interferências governamentais no canal do Estado.

Na entrevista ao Público, o jornalista afirmou que a administração da RTP interferiu na nomeação de Rosa Veloso para correspondente em Madrid, em 2004, que estava em quarto lugar na lista de candidatos. De acordo com José Rodrigues dos Santos, esta decisão cabia à direcção de informação, razão pela qual se demitiu na altura.

Em declarações à Lusa, o administrador da RTP, Luís Marques, afirmou hoje que os procedimentos anunciados
pela administração da empresa contra José Rodrigues dos Santos serão concretizados, numa primeira fase, num "esclarecimento rigoroso" das acusações avançadas pelo jornalista. O mesmo responsável adiantou que "ainda não se está numa fase de processo disciplinar", sem afastar a possibilidade dessa medida ser adoptada.

Para Sebastião Lima Rego, membro da antiga Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), a atitude da RTP "é uma forma de se atirar areia aos olhos e evitar falar do que realmente se passou de errado em 2004". De acordo com Lima Rego, tratou-se de um "verdadeiro caso de síndrome de relacionamento entre administração e direcção de informação", onde foram "quebradas todas as tradições no que diz respeito a colocações".

Sebastião Lima Rego, que na altura foi o redactor da deliberação da AACS, confessa que, embora a decisão final "fos
se claramente favorável a José Rodrigues dos Santos", no seu "subconsciente este caso nunca ficou totalmente resolvido". A posição da administração da RTP foi "totalmente inaceitável e os prevaricadores continuam todos nos seus postos".

O membro da antiga Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) lembra também que o caso "teve o benefício de ficar à sombra de um escândalo político", uma vez que a deliberação foi dada no dia em que o Presidente da República, Jorge Sampaio, dissolveu a assembleia. Entre as opções de "complot para tirar José Rodrigues dos Santos da direcção de informação" ou "histórias de cunhas na RTP", Lima Rego ressalva que "a verdade é que na altura o Rodrigues dos Santos pediu a demissão e a administração aceitou logo".

Quanto ao regulamento entregue pela RTP depois da deliberação, com a reformulação dos processos de colocações, Lima Rego recorda: "Era simplesmente inacreditável. O Conselho de Administração decidia o que fazer e ponto final". Pouco surpreendido com o processo disciplinar a José Rodrigu
es dos Santos, Lima Rego acrescenta: "O meu desejo é que o processo não venha marginalizar a discussão sobre este tema. É fundamental que as regras de separação entre a administração e a direcção de informação voltem a ser debatidas e se chegue a uma resolução".

Fonte: Expresso

GABRIEL DESPEDIDO E DANIEL ALVO DE INQUÉRITO

O nome de Gabriel Alves figura na lista de 11 funcionários alvo de processos disciplinares este ano. O jornalista acabou, inclusive, por ser despedido, depois de estar ao serviço da Televisão Pública de Angola (TPA), com quem a RTP tem um protocolo. O caso que, poderá ter consequências políticas, deverá, agora, seguir para os tribunais. Por outro lado, Carlos Daniel foi alvo de um inquérito igualmente este ano. O pivô desmentiu, publicamente, o director de Informação, António Luís Marinho, afirmando que não tinha sido informado, em Março do ano passado, como fora tornado público, do seu afastamento da cobertura dos jogos da Selecção de futebol. Daniel, recorde-se, em consequência do afastamento da narração dos encontros de Portugal apresentou a demissão do cargo de subdirector de Informação, em Setembro de 2006. O inquérito acabou por não trazer consequências para Daniel. Voltando as processos instaurados: quatro deles estão ligados ao programa ‘Diver (c) idades’, suspenso em Janeiro. A estação pública, recorde-se, apresentou queixa à PJ pelo desaparecimento de material técnico do formato apresentado por Paco Bandeira, que, em reacção, disse estar a ser alvo de uma “tramóia”. Há ainda, segundo fontes sindicais, processos disciplinares por falta de pagamento de... bolos-de-arroz.


Fonte: CM



Algumas respostas:


Sendo os media controlados pelos grandes monopolios capitalistas,e mesmo os poucos independentes ou estatais influenciados por eles,não é de espantar a lixeira radio-televisiva e impressa que todos os dias é absorvida pela população,em especial pelos mais incautos.Enquanto a maioria da população forem fantoches manipulados e submissos ao sistema,sem autonomia de pensamento e sem espírito crítico,não poderemos prever mudanças favoráveis,seja a que nivel for.Só com a consciencialização das massas poderá haver abalos significativos na teia capitalista usurpadora.

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A censura não acabou com o 25 de Abril, isto é tudo uma fantochada. Eu preferia a censura do estado Novo porque era uma censura explícita, directa e honesta!Actualmente, a censura que existe é perigosa porque é camuflada e disfarçada e tudo se passa nos bastidores. A comunicação social é controlada pelos grandes monopólios capitalistas, pela maçonaria e afins para servir os interesses deles!Se algum jornalista falar ou agir contra o sistema, é logo despedido e fica marcado.
Infelizmente, a população é ignorante, ingénua, não está habituada a exercitar o pensamento, não tem espírito crítico e acredita nas coisas que passam cá para fora. As pessoas não reparam que há informações antagónicas e contraditórias e que existe manipulação, aceitam tudo de bom grado, e ainda há os são totalmente indiferentes e alheios ao que se passa, parece que andam à face da terra por verem andar os outros...Mas que povinho!Infelizmente, a ralé é abundante!

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