domingo, 17 de junho de 2007

DREN: Directora fala em «campanha difamatória» em entrevista

inline imageA directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, reafirmou em entrevista hoje publicada que aquela estrutura está a ser alvo de uma «campanha difamatória e considera a recondução como sinal de »mérito e interesse« no seu trabalho. Margarida Moreira, que começou a ser conhecida no país na sequência da instauração de um processo a um professor, Fernando Charrua, por alegado insulto ou piada sobre o primeiro-ministro, disse ao Diário de Notícias não ter sofrido pressões do governo neste caso e sublinhou que o que esteve em causa foi um insulto.
«Foi um insulto e não tem nada a ver com a licenciatura do primeiro-ministro. É um insulto ao cidadão José Sócrates, que além de cidadão é o primeiro-ministro de Portugal», referiu, escusando-se a revelar o teor do alegado insulto, mas referindo que, na sua opinião «é (...) grave».
Quanto à alegada «campanha difamatória», de que não aponta autores, diz que se desenrolou em três fases, pouco depois da instauração do processo a Fernando Charrua, a quem fez terminar a requisição para trabalhar na Direcção Regional da Educação do Norte (DREN), explicando essa campanha com o facto de ter mexido «em muitos interesses».
Margarida Moreira referiu que fez «um combate sem quartel» a situações existentes nos gabinetes de apoio ao deficiente, onde, disse, crianças eram classificadas como deficientes sem o serem, apenas para receberem um subsídio especial.
«Quando percebemos isto, fizemos um combate sem quartel. E reduzimos milhões e milhões de euros os encargos que à Segurança Social», disse.
«As obras que fazemos nas escolas devem ser, em primeiro lugar, fiscalizadas pela própria escola e isso mexeu com outros interesses. Poderia ainda falar no combate a situações anómalas de atestados médicos e solicitar ao Governo que intervenha junto da Ordem dos Médicos: é impossível o mesmo médico passar cem atestados no mesmo dia», referiu.
Margarida Moreira anunciou processar o presidente da Câmara de Vieira do Minho, padre Albino Carneiro, que a acusa de o ter insultado e humilhado numa reunião de trabalho, acusação que reafirmou posteriormente em declarações à agência Lusa.
Desmentiu também ter feito um comentário jocoso a propósito da licenciatura de José Sócrates durante um jantar, como referido por Fernando Charrua, garantindo que no jantar em causa «nenhum dos presentes insultou o primeiro-ministro».
Nos outros casos em que é acusada de prepotência, a responsável da DREN diz que fez cessar as suas requisições porque os professores em causa deixaram de ser necessários aos serviços.
Na entrevista Margarida Moreira, ex-dirigente sindical e filiada no PS, recusou a ideia de «perseguição política» a Fernando Charrua, que foi deputado eleito pelo PSD, afirmando que a filiação partidária não é importante para si.
«Porque, se tiver que afastar alguém socialista, também o afasto sem hesitações. E o PS sabe isso.», sublinhou.
Diário Digital / Lusa
14-06-2007 6:12:00



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