sábado, 27 de outubro de 2007
Comitiva russa rendida à noite erótica de Lisboa
A stripper russa desliza em espiral pelo varão ao fundo da pista e leva ao delírio os compatriotas da mesa do lado – doze empresários embalados no ardor do vodka e olhar vidrado no ritmo lento e sensual de ‘Anna’.
É um entre os muitos grupos espalhados pelos mais afamados espaços eróticos de Lisboa e vieram entre os mil elementos da prestigiada comitiva do presidente Putin. Para lá dos milionários negócios do petróleo ou gás, os empresários renderam-se à madrugada de Lisboa .
A casa está longe de encher mas a presença russa nota-se pelos vários pontos da sala. Rostos fechados junto ao balcão e espalhados nas melhores mesas da casa. O Maybe prima pelas profissionais de Leste e distingue-se pelo letreiro que reluz por cima da porta – ‘Show girls’ incendeia o ambiente e apimenta o convívio que se segue nas longas noites da capital portuguesa.
“Estes não são os russos do dia-a-dia” – imigrados em Portugal e que ali afogam mágoas e matam saudades das origens. “Hoje é tudo gente bem posta”, comenta alguém entre dentes e aponta à mesa do canto – homens em pose discreta mas ostentando os fios e relógios de ouro.
As conversas cruzam-se entre o potencial dos investimentos no mercado nacional e as distracções eróticas do momento, companhias de ocasião que vão descruzando as pernas e se debruçam na mesa a apanhar conversas. Informações que poderiam render milhões a muitos e estão ao alcance de três loiras de saias curtas e decotes largos.
‘Anna’ já desfila sem a pouca roupa que trazia e quando se dobra leva os muitos empresários ao rubro. Ouvem-se palmas já depois das 02h00 e alguns pousam o charuto para espreitar o relógio – daí a oito horas começa uma Cimeira União Europeia-Rússia em Mafra. Alguns abandonam, mas a maioria segue as luzes da noite e procura diversão na concorrência.
AS CASAS DE CULTO NO ROTEIRO
O Maybe faz sucesso pela companhia de Leste mas a oferta é vasta: “Alguns também gostam de conhecer as raparigas sul-americanas”. Prova disso eram os muitos grupos de empresários russos espalhados pelos três clássicos Elefante Branco, Gallery ou Night & Day.
“Já na madrugada de ontem (quarta-feira) eles tinham passado por cá”, adianta um dos porteiros, e a romaria continuou ontem entre as ruas Luciano Cordeiro, Conde Redondo e avenida Duque de Loulé, quarteirões de culto nas noites mais quentes da capital.
Preferem vodka e quebram o ar ríspido ao passar das horas, soltando gargalhadas sonoras entre comentários mais obscenos.
“É gente de poucas palavras mas não enganam ninguém”, comenta uma brasileira bem-disposta, e quando entram provocam um corropio entre as raparigas nos corredores. “Claro que são clientes muito especiais e não é todos os dias que vêm aqui – a gente só tem de agradar, cara....”
PORMENORES
A TRADIÇÃO DO VODKA
O vodka fez as preferências dos empresários russos em Lisboa, “pouco dados ao whisky ou à cerveja”, diz um dos funcionários. A tradição mantém-se e “a maioria são pouco simpáticos”, sempre de rosto fechado.
CONVERSAS CRUZADAS
No ‘Maybe’, com raparigas de Leste a comporem a maioria da companhia feminina, os russos falaram de negócios e prazer. Nas outras casas, os diálogos “quase não existem”, brinca uma rapariga, “porque a gente fala português e eles mal falam inglês”.
'TABLE DANCE'
No Maybe podiam assistir-se a alguns ‘table dance’ à distância, danças eróticas personalizadas nos muitos empresários russos estendidos em sofás ao longo das mesas.
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