O Presidente da República responsabilizou ontem todos os portugueses pela defesa da Cultura. Para Aníbal Cavaco Silva, só um património recuperado e preservado poderá criar riqueza às regiões e fixar as populações, sobretudo no interior do País.
“O património é a parte visível da memória colectiva e temos a obrigação de o preservar para as gerações futuras. A sua defesa é um factor de desenvolvimento das regiões”, sublinhou o Chefe de Estado no dia em que iniciou no Alentejo o Roteiro pelo Património, uma iniciativa de sensibilização sobre a defesa do património junto de entidades, instituições, empresas, escolas e população em geral.
Cavaco Silva, que chegou pontualmente a Santiago do Cacém (11h30), onde foi recebido com aplausos por largas dezenas de pessoas, iniciou a primeira jornada do roteiro com a inauguração na Igreja Matriz da exposição ‘No Caminho sob as Estrelas’, uma mostra de 120 peças dos séculos X ao XIX provenientes de 11 países que recupera a tradição dos caminhos dos peregrinos a Compostela. No discurso que antecedeu a inauguração, Cavaco Silva não deixou de lembrar que um país com mais de oito séculos como nação independente, possuidor de uma “herança cultural a vários títulos notável, não pode desperdiçar essa mais-valia que é a singularidade do seu património”.
O Presidente da República, que à margem do roteiro deixou alguns recados políticos, evidenciou ainda “as boas práticas já existentes” na preservação de património protagonizadas por cidadãos, instituições públicas e privadas, e frisou que pretende com a iniciativa “estimular os jovens” a conhecer e a estudar o património português.
Mais tarde, após o protocolo de geminação entre Santiago de Compostela e Santiago do Cacém, Cavaco Silva referiu que Portugal não é só praia. “A criação de roteiros aproveitando o património também gera turismo e diminuiu a desertificação”, salientou. Depois da inauguração, a comitiva visitou, no Baixo Alentejo, a Igreja de Nossa Sr.ª dos Prazeres e Museu Regional de Beja, as ruínas romanas de São Cucufate (Vidigueira), a oficina de tecelagem, a antiga mesquita, o castelo e o Centro de Estudos Islâmicos, em Mértola, vila que o presidente considerou como “um exemplo a salientar pela sua riqueza e diversidade cultural”. As próximas jornadas do roteiro terão por destino as regiões do Alto Douro e Minho e Coimbra.
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