segunda-feira, 2 de julho de 2007

Nacionalistas Alemães e Judeus na mesma manifestação

A construção daquela que será uma das maiores mesquitas da Europa na cidade alemã de Colónia está neste momento a ser duramente contestada tanto pelos nacionalistas do grupo nacionalista Pro Köln (com mais de cento e cinquenta militantes a marchar) como por intelectuais judeus estabelecidos no país.

A comunidade turca e, genericamente, islâmica da Alemanha, que ascende já a vários milhões de pessoas, consegue assim um novo marco na imposição da sua presença, ao ponto de um seu destacado porta-voz declarar que «com esta mesquita, os muçulmanos vão deixar de pensar nas suas antigas pátrias e passar a considerar a Alemanha como sua casa.»

Do lado contrário, o presidente da câmara da cidade, Joerg Uckermann, afirma que assim se vai fazer um gueto turco: «Eu conheço o que se passa no Londonistão e não quero isso aqui.»

Uckermann faz parte duma coligação de protesto que une intelectuais judeus e militantes nacionalistas. Liderando a iniciativa está Ralph Giordano, autor judeu proeminente, que escreveu recentemente que a Alemanha está a ser palco duma «colisão de duas culturas completamente diferentes» e questiona a possibilidade de ambas se reconciliarem.

Comentando as ameaças de morte que tem recebido, deixou no ar uma pergunta à laia de protesto revoltado: «Que estado é este em que eu enfrento uma fátwa na Alemanha?»

Uckermann, militante do conservador CDU, partido agora no poder, acrescentou que «Giordano deitou abaixo uma barreira. Antes, se alguém criticava a monstruosa mesquita, era um nazi. Mas nós temos problemas com a integração dos muçulmanos. É uma questão de língua e cultura.»

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