quarta-feira, 4 de julho de 2007

13 milhões de imigrantes por ano para a Europa?

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No Jornal de Notícias de quarta-feira, dia 20, chamou-me a atenção um título, onde se afirmava que a Europa precisaria de 13 milhões de imigrantes por ano durante os próximos 50 anos, dados que teriam sido divulgados no dia 19 num estudo efectuado pela ONU. Cinquenta anos a receber 13 milhões de imigrantes por ano, teriam como resultado a entrada de 650 milhões de indivíduos, que seriam tantos como os europeus originais, que em poucas décadas acabariam por ficar em minoria acabando por desaparecer.
Recentemente um outro estudo tinha avaliado que a Europa “necessitava” de mais 159 milhões de imigrantes até 2025.
É fácil de entender qual seria o resultado de tal invasão em termos de custos sociais.
Tanto se apela ao respeito que devemos ter pelas outras culturas, o que é da mais elementar justiça, mas tal vaga de imigrantes seria a sentença de morte para as culturas europeias.
Actualmente a Europa recebe já por ano cerca de 1.500.000 de imigrantes e a sua integração tem sido difícil, especialmente devido ao choque de culturas, já que as vagas de imigrantes, uma vez que comportam comunidades numerosas, não tem a tendência de se integrarem nos países de acolhimento, pelo contrário, estabelecem pólos culturais para onde transportam os costumes dos seus países de origem.
Se em Portugal o choque de culturas tem sido, tal como os costumes dos portugueses, brando, noutros países, como a Inglaterra, a França ou a Alemanha, onde vivem já mais de 10 milhões de cidadãos extra-comunitários, surgem situações de tensão social ou mesmo de conflito.
De qualquer maneira, não percebemos qual a lógica que levou ao cálculo de treze milhões de imigrantes ano, supostamente para manter os níveis de produtividade europeus.
Deve a Europa receber milhões de imigrantes embora vivam no seu seio cerca de 17 milhões de desempregados?
Que se saiba, a oferta de emprego é inferior à procura, e os tais 13 milhões de imigrantes, ou iriam directamente para o desemprego ou iriam substituir com custos salariais inferiores milhões de trabalhadores europeus, indo estes engrossar as fileiras do desemprego.
Os únicos que iriam ganhar com a vaga imigrante, seriam os empresários, que veriam o custo da mão-de-obra baixar e os seus lucros a aumentar.
Pensamos que a ONU, com os seus estudos sobre demografia está a querer um pouco “repartir o mal pelas aldeias” ou seja, quer que a Europa, os Estados Unidos e o Japão, também “contemplados” com 10 milhões de imigrantes hipotéticos por ano pelo “estudo” da ONU, acabem por repartir a sua abundância e o seu bem-estar com os outros povos, compartilhando com eles o solo pátrio.
Penso que apenas se deverá falar em falta de mão-de-obra/necessidade de mais imigração, quando as taxas de desemprego forem residuais e os índices reais de produtividade começarem a decair.
Na verdade, com a evolução dos meios de produção, os tempos da utilização da mão-de-obra intensiva estão a desaparecer, e é possível manter hoje a mesma produtividade com um número infinitamente inferior de trabalhadores.
Até lá, a Europa está demograficamente equilibrada, havendo excedentes de oferta de mão-de-obra e tudo que se tem afirmado em contrário é apenas demagogia “politicamente correcta”.

Carlos Branco



in novopress

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