sábado, 7 de julho de 2007

Bragaparques acusa Sá Fernandes de pedir 500.000€


A empresa Bragaparques acusou o advogado Ricardo Sá Fernandes de lhe ter pedido um apoio de 500 mil euros para a campanha eleitoral do Bloco de Esquerda (BE).

A acusação surge depois de o Ministério Público (MP) já ter acusado Domingos Névoa, administrador daquela empresa do Norte, de crime de corrupção activa, quando alegadamente tentou aliciar o vereador José Sá Fernandes (irmão do advogado) para apoiar a permuta dos terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular, entre a sua empresa e a Câmara de Lisboa. Segundo a acusação do MP, Domingos Névoa recorreu a Ricardo Sá Fernandes como interlocutor com o vereador da Câmara de Lisboa.

Ontem, a Lusa adiantava que o administrador da Bragaparques pretende sustentar, no pedido de instrução da alegada tentativa de corrupção a José Sá Fernandes, que o seu irmão, Ricardo Sá Fernandes, lhe pediu 500 mil euros para apoiar a campanha eleitoral do BE nas autárquicas de 2005. Domingos Névoa diz que o advogado terá descido a verba primeiro para 250 mil euros e mais tarde para 200 mil euros, sendo este o valor registado nas gravações da PJ.

Mais. Domingos Névoa afirma ter sido sua a iniciativa de terminar os contactos com Ricardo Sá Fernandes e vai ainda defender que foi este que propôs a desistência de José Sá Fernandes da acção popular contra a permuta de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular.

O vereador José Sá Fernandes teve conhecimento das acusações de Domingos Névoa ontem durante a reunião de câmara e classificou-as de imediato de "ridículas. Nem sequer oferece comentários de tão ridículo que é". "Está tudo no processo. Esse senhor foi acusado pelo Ministério Público depois de um inquérito, depois de prestar declarações e depois de pagar uma caução de 150 mil euros", disse. Sá Fernandes acrescentou que se trata de "uma maneira de tentar confundir as pessoas. Só quem está a procurar fazer um jogo que não um jogo limpo é que alinha numa coisa dessas".

Por seu lado, Ricardo Sá Fernandes fez saber ao início da noite que pretende fazer uma queixa-crime contra Domingos Névoa, acusando-o de tentar lançar calúnias sobre o seu nome: "Domingos Névoa, além de corruptor, é também um vigarista e será deduzida por mim a correspondente queixa-crime. Não contente com a tentativa de corrupção, ainda pretende lançar calúnias." O advogado refere ainda que "as gravações [da PJ] são inequívocas sobre quem propôs o quê a quem. Os nossos passados respondem pelos nossos actos e a credibilidade de cada um", concluiu


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