«Eleições Viciadas?», de João Ramos de Almeida, publicado pela Dom Quixote, é um livro que tem pano para mangas. O assunto já fora tratado noutros locais. Pelo menos uma peça publicada na «Grande Reportagem», na altura dirigida por Francisco José Viegas, fala em irregularidades no apuramento dos resultados. A matéria serviu para um postal neste blogue há três anos: "O estranho caso da decisão familiar". Vamos ao que interessa. Após as eleições de 2001 em Lisboa, em que Santana Lopes triunfou sobre João Soares com uma vantagem de 856 votos, Alberto Silva Lopes denuncia "fraude eleitoral". Diz ser sua intenção publicar um livro com provas documentais sobre a matéria. Aparece morto em sua casa a 28 de Julho de 2005, aos 52 anos de idade, precisamente no dia em que agendara um encontro com o autor deste «Eleições Viciadas?» O Ministério Público optou por não abrir inquérito, considerando a sua morte como tendo causas naturais.
João Ramos de Almeida, jornalista do «Público», retoma as investigações e publica agora este volume. As irregularidades verificaram-se em 47 das 53 freguesias e em cerca de metade das secções de voto.
O mais estranho é este silêncio democrático sobre um livro que demonstra que, se não houve fraude, podia ter havido. Nesse e noutros plebiscitos à beira-mar apurados.
in: blog nova frente
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